sábado, 19 de abril de 2008

Brasileiros fincam raízes no Japão



Não são poucos os brasileiros que estão há 10 ou 15 anos no Japão e já decidiram economizar menos dinheiro para poder investir mais na qualidade de vida. Os casos destes brasileiros que fincaram raízes no Japão são bastante parecidos. A grande maioria veio para o arquipélago no início da década de 1990, com a intenção de trabalhar durante dois ou três anos e economizar dinheiro suficiente para voltar para o Brasil e comprar uma casa ou montar um negócio próprio. Ou seja: ninguém planejou permanecer no Japão por um período tão longo. O tempo foi passando e a boa qualidade de vida proporcionada pelo Japão, entre outros fatores, fez com que muitos adiassem o retorno ao Brasil. A decisão de tentar fixar residência no Japão é um fenômeno recente, mas cada vez mais comum entre os brasileiros. Diversos fatores contribuem para o desejo de não retornar para o Brasil, como a falta de perspectivas, a violência urbana, a corrupção política, o alto índice de desemprego e a já mencionada instabilidade econômica, entre outras. Mas o Japão também “segura” alguns brasileiros por oferecer emprego fácil e salários suficientes para se manter um bom padrão de vida, o que inclui segurança, serviços públicos eficientes e o acesso a bens de consumo. No caso de pessoas com espírito empreendedor, o arquipélago também já é visto como um lugar mais seguro para montar seu próprio negócio – plano inicialmente traçado para quando retornassem ao Brasil. Com mais de 17 anos no Japão, Rogério Minoru Fugii, 31 anos, é um bom exemplo. Do plano inicial de permanecer no arquipélago por dois ou três anos, ele adiou a volta para o Brasil diversas vezes e, hoje, não planeja mais o retorno. Há três anos, criou uma empresa de decorações para festas, ao lado da esposa Karine. Rogério diz: _ "Quero voltar, sim, mas acho que isso ainda vai demorar bastante. O difícil foi perceber que decidimos ficar por aqui. Aliás, como eu e minha esposa dizemos, o difícil foi ‘desfazer a mala’, ou seja, perceber que ainda vamos ficar no Japão por um bom tempo e, por isso, temos de viver bem. Para nós, a ficha caiu no final de 2006, um ano e meio depois de abandonarmos o trabalho em fábrica para abrir nossa própria empresa de decorações para festas. A partir daí, decidimos comprar uma casa em Toyota (Aichi), onde estamos desde meados do ano passado. Encontramos um terreno grande e meu cunhado Fernando também construiu a casa dele no mesmo local. Isso é bom porque, além do conforto, temos a liberdade de fazer um bom churrasco no quintal. E, mesmo com um financiamento de mais de 30 anos pela frente, estamos pagando por algo que será nosso." (Jornal Tudo Bem)

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